A Padaria e Pastelaria Carrica tem um novo espaço à sua espera. Na porta ao lado do antigo espaço, na Praça Camilo Castelo Branco, em Vila Pouca de Aguiar, esta mudança de instalações marca o início de uma nova era da Pastelaria Carrica.
“Com este novo espaço queremos que os nossos clientes se sintam mais confortáveis, neste que é agora um lugar mais acolhedor”, referiu Carlos Machado, proprietário da Padaria e Pastelaria Carrica.
Esta ampliação do espaço foi inaugurada ontem, dia 15 de junho, e visa dar continuidade à qualidade e à satisfação dos clientes, sendo essa a imagem de marca do estabelecimento.
No que respeita às normas de higiene impostas pela Direção-Geral de Saúde, devido à situação pandémica da Covid-19, a Padaria Carrica garante todas as medidas de segurança emanadas até então.
Para além da devida desinfeção do estabelecimento, “este novo espaço veio a calhar no que diz respeito ao cumprimento das regras de distanciamento entre clientes, dentro dos espaços comerciais”, acrescentou Carlos Machado.
A procura por unidades de Alojamento Local (AL) cresceu durante a pandemia de COVID-19. O facto de não haver contacto com outros hóspedes, durante a estadia, é um dos atrativos destes alojamentos que habitualmente permitem acolher uma ou duas famílias.
O concelho de Vila Pouca de Aguiar possui algumas unidades de AL registadas que, com a possibilidade de adquirirem o selo “Clean & Safe”, do Turismo de Portugal, podem transformar este período de crise, devido ao novo coronavírus, em oportunidade de negócio. Este selo surgiu no Período de Emergência e pode ser obtido através da declaração “Estabelecimento Saudável & Seguro”.
Estes alojamentos, que, ao contrário dos hotéis, não são para massas, são conhecidos pelo preço acessível. Normalmente, os proprietários habitam no mesmo local, ou próximo dele, são bastante acolhedores, e asseguram serviços de refeição, maioritariamente pequenos-almoços.
A Casa das Tresmanas, na localidade de Tresminas, é um alojamento do concelho que está registado como AL. Esta casa é, de resto, a única unidade hoteleira da freguesia. O objetivo foi aproveitar a proximidade ao Complexo Mineiro Romano e ao Centro Interpretativo das minas, um património que atrai milhares de turistas ao longo do ano.
Casa das Tresmanas “pisca o olho” às três minas
“A Casa das Tresmanas é uma residência familiar, na qual pode desfrutar de um fim de semana ou de uns dias de férias, em regime de dormida e pequeno almoço, num ambiente acolhedor e que lhe permite sentir-se em casa”, pode ler-se na página oficial do alojamento, na internet.
“Sentir-se em casa” é, precisamente, um dos objetivos deste alojamento. Situada na Rua do Souto, em Tresminas, a casa é bastante ampla, possui três quartos e capacidade para seis pessoas. Tem cozinha, que pode ser usada pelos hóspedes, sala de estar, com todas as comodidades, e ainda um espaço exterior (jardim) com vista panorâmica sobre a aldeia, a Igreja Paroquial de São Miguel e o Centro Interpretativo das Minas Romanas.
O nome faz a ligação entre as três minas e as irmãs, que também são três. “Nós sempre nos demos bem. Fomos sempre muito amigas. Somos três irmãs muito unidas e daí a razão de usarmos esse nome. Também por essa razão foi fácil, para mim, reconstruir a casa da família, uma vez que tive o apoio das minhas irmãs”, contou Fernanda Gomes.
Antes de recuperar a casa da família, em Tresminas, Fernanda residia na cidade do Porto. Foi lá que passou a maior parte da sua vida. Mas regressar à aldeia onde nasceu sempre esteve no horizonte. “Eu fui para lá muito nova, mas sempre quis voltar. Até o meu marido, que não é do concelho, gosta muito de estar aqui”, revelou a proprietária.
Agora, o casal, já aposentado, ocupa o seu tempo a cuidar de uma pequena horta e algumas árvores de frutos num terreno nas imediações da casa, além de dar apoio ao alojamento. Uma das irmãs tem casa mesmo ao lado e outra, a residir fora do concelho, fica feliz por apenas regressar, esporadicamente, como visitante.
O campeonato da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real (AFVR) foi suspenso à 23ª jornada, mas os clubes já preparam a nova temporada, embora não haja data prevista para o início da época 2020/2021.
O SC Vila Pouca de Aguiar encontrava-se no 5º lugar da tabela, a dois pontos do terceiro classificado, Vilar de Perdizes, e com menos um jogo. Filipe Nascimento, presidente da coletividade aguiarense, acredita que, caso o campeonato não fosse suspenso, o SC Vila Pouca de Aguiar podia atingir uma das melhores classificações dos últimos anos e, quem sabe, chegar ao pódio.
“O campeonato estava a correr de feição. Levávamos uma série de jogos a vencer com o novo treinador, Pedro Monteiro. Estávamos próximos dos lugares cimeiros e, portanto, tudo podia acontecer. Além disso, estávamos nas meias-finais da Taça Transmontana, que à semelhança da Divisão de Honra, ficou suspensa”, declarou.
O dirigente quer consolidar a estrutura do clube, em termos de plantel e método de jogo. O objetivo passa por almejar os lugares cimeiros e, quem sabe, no futuro, sonhar com uma subida de divisão. “Estamos a consolidar um projeto que vai para o terceiro ano. Temos um modelo de jogo bem definido e temos mantido cerca de 80% dos nossos jogadores, de ano para ano. O objetivo é manter a estrutura, criar um grupo de jovens jogadores de qualidade e tentar conseguir a melhor classificação possível no campeonato”, sublinhou Filipe Nascimento, que antevê uma época competitiva, agora que o Mondinense, que liderava a prova, foi convidado a subir de divisão, e nenhuma equipa do Campeonato de Portugal desceu para os distritais.
O anúncio da criação de uma terceira liga permite aos clubes dos distritais sonharem com um lugar nos campeonatos nacionais. Este novo enquadramento do futebol nacional não profissional será aplicado ao longo de quatro anos, até 2024. A FPF tem como objetivo chegar a esse ano com 20 equipas na III Liga e 56 no Campeonato de Portugal, o novo quarto escalão.
Teve início no passado dia 1 de junho a implementação das ações constantes no Plano de Ação do CLDS-4G de Vila Pouca de Aguiar, intitulado “Ser Mais”. Este projeto, executado em parceria pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar, Entidade Coordenadora Local da Parceria e pela AECORGO – Associação Empresarial do Corgo, Entidade Local Executora das Ações, constitui um instrumento de intervenção de proximidade de extrema importância, que procura envolver os diversos atores locais com intervenção no território, com destaque para as Juntas de Freguesia, entidades que atuam nas áreas da educação e da saúde, bem como um grande número de outras entidades públicas e privadas sem fins lucrativos, no sentido de promover um crescimento inclusivo e sustentável do concelho de Vila Pouca de Aguiar.
Tal como sucedeu nas anteriores edições, encontra-se em funcionamento o gabinete técnico, situado na Praça Dr. António Gil n.º 4, 2º frente, em Vila Pouca de Aguiar, que prestará todo o apoio necessário aos beneficiários, no âmbito das diferentes áreas de intervenção do projeto.
Tendo em conta que no concelho de Vila Pouca de Aguiar já existiu o CLDS+ e o CLDS-3G, as ações a desenvolver assentam numa lógica de continuidade, tendo como pilar fundamental o trabalho em rede com os diferentes atores locais, no sentido de assegurar que as mesmas tenham sustentabilidade e que os seus resultados permaneçam no período pós-projeto. As ações a desenvolver integram os seguintes eixos de intervenção:
• Eixo 1: Emprego, formação e qualificação; • Eixo 2: Intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil; • Eixo 3: Promoção do envelhecimento ativo e apoio à população idosa; • Eixo 4: Capacitação e desenvolvimento comunitários. Com o desenvolvimento destas atividades e indo ao encontro dos objetivos gerais estabelecidos, constituem objetivos específicos do CLDS-4G de Vila Pouca de Aguiar os seguintes: • Aumentar a empregabilidade dos beneficiários, favorecendo a integração profissional e estimulando a criação de autoemprego, em particular jovem e feminino; • Combater a exclusão social e a pobreza, em especial a pobreza infantil; • Fomentar a integração social das crianças e jovens, incluindo as pessoas com deficiência; • Promover o envelhecimento ativo e a autonomia das pessoas idosas; • Combater a solidão e o isolamento dos idosos; • Apoiar a auto-organização dos habitantes e promover a revitalização das associações locais; • Facilitar o acesso de pessoas a serviços públicos de utilidade pública. Este Projeto é cofinanciado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Social Europeu.
Anna Garre, Giacomo Sabattini e Luca Lévay são três voluntários do projeto Life Volunteer Escapes que, por alguns meses, trocaram os centros urbanos das capitais europeias pela tranquilidade da Serra do Alvão, em Vila Pouca de Aguiar, em nome da defesa do ambiente.
Anna, Giacomo e Luca junto ao albergue de Afonsim
São sete da manhã e Giacomo Sabattini aproveita os primeiros raios de sol para tomar o café no exterior do albergue de Afonsim, na aldeia onde estão instalados “os voluntários do Alvão”, como carinhosamente são chamados pela comunidade.
O projeto Life Volunteer Escapes e a associação “Plantar Uma Árvore” acolhem, anualmente, dezenas de voluntários, nacionais e estrangeiros, para dinamizar um programa dedicado à promoção e conservação da floresta nativa e espécies vegetais autóctones. Os voluntários não-residentes ficam alojados no albergue de Afonsim, uma acomodação destinada a viajantes, gerida pela autarquia local, onde antigamente funcionou uma escola primária, que lhes permite manter um contacto diário com a comunidade.
A verdade é que a população local, que cabia num prédio de oito andares de uma qualquer capital europeia, não fica indiferente à presença permanente de jovens estrangeiros que, apesar de serem oriundos de realidades completamente opostas, admitem ser muito bem acolhidos. A residir ali perto, o casal José e Isabel já se habituou ao corrupio de jovens estrangeiros, que preparam mais um dia de plantação de árvores autóctones.
Para Giacomo Sabattini, “a adaptação tem sido positiva”. O italiano, de 29 anos, natural de Padova, em Vila Pouca de Aguiar há cerca de um mês, confessa apreciar a tranquilidade da montanha e a cultura local. “Acho que o facto de Portugal e Itália terem idiomas e culturas de origem latina facilita a minha estadia aqui. Já consigo dizer muitas palavras em português e compreendo praticamente tudo. No que diz respeito à gastronomia, ainda não tive oportunidade de provar os principais pratos locais, mas no geral tenho gostado muito”, confessou o voluntário, formado em Economia, que esteve ao longo de três anos a trabalhar na Turquia.
Apesar dos corações bem aquecidos devido à hospitalidade, o frio é o pior inimigo dos três estrangeiros. “No geral, o clima em Vila Pouca de Aguiar não é mau. Mas quando vamos trabalhar para o campo, no inverno, com chuva e frio, torna-se difícil passar o dia. Há dias muito frios por aqui”, admitiu Anna Garre, que trocou a “selva urbana” de Paris pelas rudes penedias do planalto do Alvão, situado a uma altitude de 1200 metros e onde, por vezes, cai neve.
Anna Garre, Giacomo Sabattini e Luca Lévay não mostram qualquer resistência à estadia em Portugal. Apesar da língua portuguesa ainda ser um entrave, isso não os priva de conhecerem os encantos da serra do Alvão e de, diariamente, contactarem com todos os que passam no albergue. Até porque “bom dia” é uma expressão que, acompanhada de um sorriso, dispensa qualquer tradução.
Isto é a Europa. A partilha de conhecimentos e experiências multiculturais e multigeracionais. De outro modo, como poderiam estes jovens, que cresceram entre muralhas de betão, realizar um programa de voluntariado, destinado à preservação de ecossistemas de montanha, numa aldeia encravada nas serranias do norte de Portugal?
Giacomo Sabattini é natural de Itália
Voluntários ajudam na preservação da floresta autóctone
Anna Garre considera-se um bom exemplo de integração. Tem 22 anos e veio diretamente da capital francesa para Vila Pouca de Aguiar. É licenciada em Geografia e decidiu fugir da agitação parisiense antes de tomar uma decisão que pode mudar a sua vida: a escolha de uma área de mestrado.
Luca Lévay, de 24 anos, é natural da Hungria. Viajou de Budapeste depois de ter terminado a sua formação em Biologia. Considera que a experiência na Serra do Alvão, onde diariamente planta árvores nativas, será uma mais valia para a área de formação. “A fauna e flora, aqui no Alvão, é completamente diferente. Trabalhar diretamente no campo permite-me ter outra perspetiva que, estando fechada numa biblioteca a estudar, não poderia ter”, contou a voluntária húngara.
A associação “Plantar Uma Árvore”, apoiada pelo projeto LIFE Volunteer Escapes, financiado por fundos europeus, dinamiza atividades de recuperação de áreas ecologicamente degradadas, através da restituição de bosques nativos e das espécies autóctones, envolvendo a comunidade.
Nos últimos anos, a Serra do Alvão foi severamente castigada pelos incêndios florestais, que destruíram o ecossistema natural. Agora, a associação ambiental, com o apoio destes jovens voluntários, potencia a replantação da floresta autóctone que possuiu uma maior resistência a fogos severos.
Luca Lévay e Anna Garre
Arte de bem receber como linguagem universal
Integração, partilha e entreajuda são três palavras que arrebataram os voluntários desde o primeiro dia. O hábito de “pedir ao vizinho”, um costume tradicional do povo português, é normalmente frequente entre os habitantes de Afonsim. Eles próprios, sem serem solicitados, levam ao albergue aquilo que produzem na horta, ali ao lado.
“Viver numa localidade pequena tem sido uma experiência magnífica. O facto de toda a gente se conhecer e de nos dizerem ‘bom dia’ de uma forma acolhedora, sempre que passam por nós, faz toda a diferença! Nas nossas cidades isso nunca acontece. Aqui, quando precisamos de alguma coisa, os vizinhos dão, sem hesitar, e isso é novo para alguns nós”, confessou Anna.
Apesar de não falarem a mesma língua, a partilha e a gratidão não têm idioma. O húngaro é completamente distante da língua portuguesa, no entanto Luca Lévay já sabe pronunciar “obrigada”, “bom dia” e “até logo”. Para a voluntária, estas expressões são essenciais para o dia a dia em Afonsim.
Para além disso, as duas jovens têm visitado alguns lugares do concelho e da região, devido, precisamente, à “amabilidade do povo português”. “Eu e a Anna temos andado à boleia praticamente para todo o lado. Isto é ótimo para conhecer pessoas e locais novos”, contou Luca.
O tempo de duração do voluntariado no projeto da associação “Plantar Uma Árvore” é de dois meses, no mínimo, e pode estender-se até um ano. Em jeito de previsão, Anna, Giacomo e Luca confessam que o que vai deixar mais saudade é, sem dúvida, as pessoas. Mais do que a preservação da natureza, a cultura e a experiência, aquilo que fica para sempre presente na memória dos três voluntários, são os laços criados com vizinhos e colegas.
Daniela Parente e Filipe Ribeiro
Reportagem publicada na edição nº 265 do jornal Notícias de Aguiar.
Vencedora do Prémio de Jornalismo “Fernando de Sousa” 2021, na categoria de Meio Regional, instituído pela Representação da Comissão Europeia em Portugal